Nesta manhã de 11 de setembro de
2021, nossa Loja, cumprindo sua tradição, sob o comando do seu VM Darke Harley
de Sousa Soares Jr., reuniu-se para as comemorações do Sete de Setembro, sendo
brindada pelo Irmão Everton de Vasconcelos com uma palestra emocionante baseada
na obra “1822”, de Laurentino Gomes, onde nos contou que na sua independência,
o Brasil tinha, de fato, tudo para dar errado.
De cada três brasileiros, dois
eram escravos, negros forros, mulatos, índios ou mestiços. Era uma população
pobre e carente de tudo, que vivia à margem de qualquer oportunidade em uma
economia agrária e rudimentar, dominada pelo latifúndio e pelo tráfico
negreiro. O medo de uma rebelião dos cativos assombrava a minoria branca. O
analfabetismo era geral. De cada dez pessoas, só uma sabia ler e escrever. Os
ricos eram poucos e, com raras exceções, ignorantes. O isolamento e as
rivalidades entre as províncias prenunciavam uma guerra civil, que poderia
resultar na divisão do território, a exemplo do que já ocorria nas vizinhas colônias
espanholas.
Para piorar a situação, ao voltar
a Portugal, em 1821 — depois de 13 anos de permanência no Rio de Janeiro —, o
rei D. João VI havia raspado os cofres nacionais. O novo país nascia falido.
Faltavam dinheiro, soldados, navios, armas e munição para sustentar a guerra
contra os portugueses, que se prenunciava longa e sangrenta. As perspectivas de
fracasso, portanto, pareciam bem maiores do que as de sucesso.
Explicou-nos como o Brasil
conseguiu manter a integridade do seu território e se firmar como nação
independente por uma notável combinação de sorte, acaso, improvisação, e de
sabedoria de algumas lideranças incumbidas de conduzir os destinos do país
naquele momento de grandes sonhos e perigos.
Nos apresentou um D Pedro I, não
os contados nas escolas regulares, mas um homem comum com suas deficiências
morais, mas um desejo e vontade ímpar de, por amor a esta terra, fazê-la livre,
contrariando os interesses estrangeiros e lançando sua insubordinação ao País
que desejava somente retornar a Nação aos grilhões da colonização. Mais do que
um Imperador, um homem obstinado com a liberdade, não importando o preço a ser
pago e legando para este povo miscigenado o dever de mantê-la livre, ainda que seja
necessária a morte.
Enquanto isto, ocorria a votação eletrônica
para alteração de seu estatuto, encerrando simbolicamente os últimos vestígios
de uma ligação, cuja liberdade fora conquistada em 20/10/2018, onde reafirmamos
que liberdade não se mendiga ou se compra, simplesmente se conquista.
Salve o 7 de setembro!
